Câmara aprova isenção de IR até R$ 5 mil: entenda o que muda (e como se preparar)

Infográfico mostra a nova regra do Imposto de Renda: até R$ 5.000 isento, de R$ 5.000 a R$ 7.350 com tributação reduzida, acima de R$ 7.350 mantém regra atual, e rendimentos acima de R$ 600 mil/ano terão tributação mínima progressiva.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º), com 493 votos favoráveis e nenhum contrário, o texto-base do Projeto de Lei 1.087/2025, que propõe isentar do Imposto de Renda (IR) pessoas com renda mensal de até R$ 5.000.

Além disso, a proposta prevê redução gradual do imposto para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 mensais. Para quem já está acima dessa faixa, continuam as alíquotas do IR em vigor.

Para compensar a perda de arrecadação, o texto propõe a criação de uma alíquota mínima progressiva de até 10% para contribuintes de alta renda — especialmente aqueles com ganhos superiores a R$ 600 mil por ano (equivalente a R$ 50 mil mensais) — inclusive sobre lucros e dividendos.

Qual é o próximo passo legislativo?

  • O projeto ainda precisa ser votado no Plenário da Câmara.
  • Depois, segue ao Senado Federal para análise.
  • Em caso de aprovação também no Senado e sanção presidencial, a medida começa a valer — dependendo da redação final e dos prazos definidos no projeto.

O que muda para você — e para empresas

Para trabalhadores e contribuintes de pessoa física:

  • Se sua renda mensal for de até R$ 5.000, você passará a não pagar IR sobre esses rendimentos, caso o projeto vire lei.
  • Se estiver na faixa entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, sofrerá uma tributação reduzida, proporcionalmente.
  • Importante: a isenção ou redução valerá também para o 13º salário, que hoje é tributado à parte.
  • Na declaração anual de ajuste (DIRPF), tanto no modelo completo quanto no simplificado, haverá ajuste com essa nova faixa de isenção/redução.

Para empresas e contadores:

  • Será necessário adaptar os cálculos de retenção na fonte (IRRF) para empregados que recebem até R$ 5.000.
  • Orientação contábil será vital para identificar casos que transitam entre faixas de isenção e de redução.
  • Para sócios, dividendos e lucros, pode haver maior atenção à tributação sobre alta renda, conforme compensações previstas no projeto.

Pontos de atenção

  • Embora aprovada na Câmara, a medida ainda não é lei. Deve passar por Senado e sanção presidencial.
  • A proposta gera impacto significativo na arrecadação federal, estimada em cerca de R$ 26 bilhões em renúncia fiscal.
  • A fiscalização e controle ficarão atentos às regras de transição e aos ajustes necessários para contribuintes que ultrapassarem as faixas.
  • Algumas partes do projeto ainda são alvo de debates e ajustes, especialmente no que tange tributação mínima para super-ricos e regras de aplicação das alíquotas compensatórias

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